2 de out. de 2009

DJ ICEY


Confira o set de um dos maiores DJ's de Breakbeat do mundo



STOMP - OUTUBRO


STOMP DIA 24 DE OUTUBRO

Em outubro a Festa STOMP (Sucesso nas principais casas da cena eletronica de sp) chega agora na Zona leste trazendo uma noite imperdivel no Alpha Club

Stomp@Alpha club 24/10/2009

DJ's :
Cebolinha (Bang, Vegas) - Residente da festa BANG! que aconteçe mensalmente no Club Vegas, vai trazer um repertório recheado de batidas quebradas e pesadas do Breakbeat & Fidget House

Guss (Beat & Cia, ) - Fazendo um set empolgante cheio de Mashup's onde acontece uma mistura cheia de Electro, Breaks, House, Rock e tudo que é legal e dançante deixando a pista sem folego.

Pixote (Trancados no garage) - Expert em House music, seu set é uma verdadeira aula de técnica e repertorio, fazendo uma viagem sonora do Deep ao Tech House.

ALPHA CLUB : AV. SAPOPEMBA, 14.002 9 A 150 MTS . DO TERMINAL SÃO MATEUS.
SOM DE QUALIDADE, ILUMINAÇÃO DIGITAL E TELÃO DE ALTA DEFINIÇÃO
MULHERES COM FLYER GRÁTIS ATÉ MEIA NOITE
HOMEM 15 REAIS ( COM DIREITO A DUAS ITAIPAVAS ).

26 de ago. de 2009

O Breakbeat ( Do Blues ao Nubreak)

Ao pé da letra poderíamos traduzir e definir a palavra BREAK como, “quebrar” ou “fraturar”, “intervalo” ou até mesmo “interrupção”, sendo mais comuns termos usados à palavra break. Sim, esta seria a tradução literária mais correta se não houvesse no meio disto tudo também uma tradução musical - Blues e o Jazz.
Até que as definições “intervalo” ou “interrupção” não ficam distantes do que se sugere a palavra Break para DJ´s, colecionadores (diggers) e músicos.
O uso da palavra Break no mundo musical tem o real sentido de “improvisação” ou “intervalo”, sendo extremamente amplo seu uso. Podemos usa-la tanto no Blues quanto no Jazz, no Funk, no Rock ou até mesmo na música eletrônica.
Vamos por partes, o break surgiu com o Blues, passou pelo Jazz, Soul, Funk e está hoje na música eletrônica. Com mudanças radicais de compasso e improvisação. Podemos afirmar que o Blues, assim como o Jazz têm breaks que são verdadeiros improvisos, sendo muito comparados aos solos de guitarra dos grupos de Rock, parecem estarem dentro da música e muitas vezes nem mesmo damos conta de que já estamos escutando um break a cinco ou dez minutos, já o Soul e o Funk têm breaks que aparentemente parecem estar à parte da música, alguns parecendo serem incluídos e gravados até depois da música, como é o caso do grupo “The Winstons” na música “Amen Brothers”, o break foge completamente do enquadramento musical do restante da música, permitindo exatamente perceber a diferença entre a música em si e o break contido nela.
É interessante saber que existe uma diferença entre Break e Break-Beat. Seu surgimento, inclusão e desenvolvimento, infelizmente não possuo muitas informações a respeito, mas o pouco que conheço esta contido neste texto:
Começaremos voltando um pouco ao passado, quando ainda não existiam nem o Soul, nem o Funk e muito menos Break-beats.
Por volta de 1833 quando o alemão C.F. Martin mudou-se para os Estados Unidos para montar uma fabrica de violões, pois alguns dos principais breaks instrumentais feitos por cantores e músicos de Blues comuns à época eram feitos com violão (devido a sua popularidade a época), banjo, gaita-de-boca ou instrumentos rústicos, os bluesmen rurais costumavam fabricar artesanalmente. Nesta época os cantores de Blues preenchiam parte de suas músicas com uma técnica conhecida como break instrumental, à parte cantada de um Blues quase nunca chegava a preencher os quatro compassos de cada verso. Geralmente preenchiam a primeira metade do verso, a partir daí que entravam os breaks e preenchiam esta parte.
Além do violão com que se acompanhava, o cantor de blues podia também preencher os breaks com o simultâneo da harmonia (a gaita-de-boca), colocada ao alcance de sua boca por um suporte metálico preso em volta do seu pescoço (algo parecido com os aparelhos dentários fixos). Com isso, o bluesman, mesmo tocando sozinho, punha sempre em ação duas vozes: o violão e o canto e, durante os breaks, o violão e a gaita-de-boca. Esta prática seria a marca registrada de Bob Dylan no seu inicio de carreira, inspirado pelos cantores de Folk e Blues.
Antes disso os cantores e instrumentistas de Jazz passaram naturalmente por este “breque”, os cantores com suas técnicas de Scat* e os instrumentistas com sua cadencia* rítmica-melódica, improvisavam em uma determinada parte da música, enquanto o resto da banda o acompanhava ou parava por completo, dando total autonomia ao solista naquele momento.
Este seria o break em sua forma inicial ou crua, simples ou original.
Os instrumentos típicos do Blues eram o violão, inspirado nas técnicas de guitarra havaiana, com o, estilo slide (de “deslizar”) ou botlleneck (“gargalo de garrafa”): o músico corria ao longo das cordas um pedaço de metal, como uma faca, ou um gargalo de garrafa enfiado no dedo, o banjo (originado do banjor Africano), o one-string (uma versão do nosso berimbau), a rabeca (instrumento parecido com o violino que se desenvolveu a partir do rebab árabe e que se assemelha muito a um violino rústico, sendo o principal instrumento animador das danças nas noites de lazer na senzala), a gaita-de-boca, o kazoo (com um som parecido ao do pente-com-papel-de-seda), a jew´s harp (espécie de mini-harpa usando o interior da boca como caixa de ressonância), o jug (botija de barro ou de vidro que, soprada pelo gargalo, fazia o papel dos graves da tuba) e uma quantidade de instrumentos de confecção doméstica, feitos com tábuas de lavar roupa (o washboard, tocado com as pontas dos dedos cobertas de dedais metálicos), feitos com tinas de banho, cabos de vassoura, caixas de sabão e de charuto...
Os Breaks encontrados, principalmente nos discos de Soul e Funk da década de 70, se diferem dos breaks da era mais Bep Bop do Jazz, que se diferem dos breaks do Blues e assim seguem esta seqüência, se assemelhando apenas em sua nova escola...
No Blues o Break era como um complemento a uma parte da música, no Jazz eram os improvisos de seus cantores e músicos, e no Funk eram uma parte de transição da música, de descanso...
Os Breaks vocais encontrados em alguns discos de Jazz (Scat – sua majestade Louis Armstrong) são um improviso muito difícil de se criar e que poucos se arriscavam e arriscam a faze-lo, por ser realmente muito difícil, poderia comprometer o Break (improviso) do cantor ou até a música por inteiro, e naquela época se alguém errasse tinham de começar tudo de novo.
No livro Blues - Da lama a fama – Roberto Muggiati fala um pouco sobre os breaks referentes ao Blues – “Outra peculiaridade do blues: sua letra – à parte cantada – nunca chega a preencher os quatro compassos de cada verso. Geralmente preenche a apenas a primeira metade do verso. A outra metade costuma ser completada por um break instrumental. No inicio, este “breque” era preenchido por um violão, um banjo, uma gaita-de-boca ou instrumentos rústicos que o bluesman rural costumava fabricar artesanamente. Quando o blues chegou a cidade, o break passou a ser preenchido pelos instrumentos e jazz. E os que mais se prestavam a este papel eram os metais – como a corneta, o trompete e o trombone – e as palhetas: a clarineta e os diferentes tipos de saxofone. Os metais tinham uma vantagem sobre as palhetas: usando as surdinas, podiam imitar a voz humana e distorcer as notas a maneira dos cantores e blues. Pode-se dizer que os metais e palhetas da musica negra fizeram no blues o seu “laboratório” para aperfeiçoar o jazz.
Mas, como destaca Paul Oliver em seu estudo “The story of blues”, nenhum instrumento possuía a flexibilidade do violão para acompanhar a musica fundamentalmente vocal do blues:
“Um dos muitos fatores que influenciaram o caráter do blues foi à popularidade do violão. C.F. Martin trocou a Alemanha pelos Estados Unidos em 1883 e começou a fabricar violões, mas a rivalidade com a firma de Orville Gibson, que começou a fabricar a grande “Gibson” em 1894, afetou consideravelmente a sua produção. A compra de violões pelo reembolso postal e de Kits para a fabricação de violões também aumentou a disponibilidade do instrumento, enquanto a proximidade do México e a presença de uma população hispano-americanano Texas contribuíram para a popularidade dos grandes violões de doze cordas.”

O Break-beat:

Posso afirmar que os Break-Beats existem a alguns poucos anos, criado por volta do anos 70, (creio que por volta de 1973, quando Herc fez sua primeira festa) a aproximadamente 33 anos, por um DJ apelidado Kool Herc, cujo nome é Clive Campbell, imigrante Jamaicano, que aos 12 anos veio Estados Unidos com seus pais, iludidos pela propaganda do “American way of life”. Herc, passou a freqüentar festas em clubes no bairro do Bronx, onde morava, e constantemente o Soul e o Funk predominavam. Dançou B.Boy, escreveu sua Tag em varias partes da cidade...
Herc percebeu que os DJ´s da época ao tocarem uma música mais empolgante, esta era cortada rapidamente, ou seja, os DJ´s utilizavam dos breaks para mixar as músicas (que naquela época não tinham um metrônomo como hoje em dia) por serem uma parte mais limpa, constante e definida da música. Mas o que os DJ´s não perceberam foi que estes breaks eram as partes que as pessoas mais gostavam das músicas, Herc sentiu isto na própria pele, pois queria dançar nos breaks das músicas. Passado algum tempo Herc foi convidado por sua irmã para tocar em sua festa de aniversário de 15 anos, logicamente Herc topou, depois disto nunca mais parou. Baseado no trabalho e ritmo tocado por outros DJ´s da época, como: “Pete Jones” e “Hollywood”, que tocavam em suas festas muito Funky e Discoteca, estes DJ´s por sua vez apenas tocavam (mixavam) músicas, eram na verdade grandes discotecários e colecionadores de vinis, que animavam festas com seu enorme conhecimento musical.
Desta forma Kool Herc passa a pesquisar alguns discos a procura da batida perfeita, de músicas que ouvi nos bailes, eram em sua maioria discos de Funky, Soul, Fusion, Discoteca e Blues, verdadeiras raridades que em muitas das vezes só ele passaria a possuir, percebendo que, poderia muito bem tocar somente a pequena parte da música mais empolgante (break), estendendo-o por alguns minutos com dois discos iguais, dois toca-discos e um mixer para misturar tudo, não deu outra...
Assim se criou o “Break-Beat” (que seria a extensão da parte quebrada de uma música, independente de seu estilo). Kool Herc ficou muito conhecido no bairro do Bronx, fez muitas festas, teve forte influência na criação da cultura Hip-Hop, deu a base para os emcees e Break-Boys (B.Boys) se apresentarem, deu nome aos B.Boys e B.Girls, descobriu muitas raridades em suas pesquisas musicais, sendo o pioneiro no estilo Break-beat e de muitos ritmos e sons.

Os Break-Beats seriam que estilo de música? De qual década?

Os Break-Beats enquanto Old School (Antiga Escola – se referindo aos antigos), não sei se poderíamos chamá-lo de estilo musical antes de 1990, com Fatboy Slim (Norman Cook) e, com a chegada da nova escola dos Break-Beats, hoje pode ser considerado um estilo musical conhecido pela batida forte e rápida com seus samplers e graves absurdos, elevados a um alto grau de velocidade – (Pitch).
A base para se criar um Break-Beat é um Break, não necessariamente dançante, posso encontrar Breaks que não sejam dançantes, podem existir breaks em discos de reggae, samba, folk, blues em qualquer estilo podem existir breaks...
Existe uma diferença entre o Break dançante e um break lento, mas ambos são breaks, e se estendidos serão break-beats, podemos utilizar das técnicas de pashion (tocando os discos em velocidades diferentes), acelerando ou desacelerando...
Um Break com ritmo dançante e empolgante é um Break com bastante Groove e Swing. Não necessariamente um Break ou Break-beat tem de ser dançante, isto não deixa de descaracteriza-lo por ser ou não um break...
Mas pessoalmente eu prefiro os Breaks dançantes em sua grande maioria encontrados em discos de Funk e Fusion (Jazz + Soul / Jazz + Funk).
Os breaks podem ser encontrados em discos de qualquer época ou estilo. O nome break-beat foi mantido até hoje por usar samplers de breaks antigos, se assemelhando muito aos Breaks antigos.
Posso descobrir um Break em um disco da década de 20, com uma linha de baixo interessante, é um Break! Sem bateria, mas o baixo é interessante e com volume. É importante ressaltar que o Break é diferente do Break-Beat, o Break-Beat foi criado para ser a base rítmica do Hip-Hop, onde B.Boys e B.Girls (Break-Boy – dançarino) dançam e MC´s (Mestre de Cerimonia) cantavam. O Break pode ser encontrado em discos de Jazz, Blues, Funk, Rock e vários outros estilos de música...
Exemplos: Funky, Fusion (Jazz com outros estilos musicais), Soul, Jazz, Blues, Rock, Reggae, Folk, Discoteca, MPB, etc... Não existe um estilo musical próprio ou padrão que existam breaks, basta apenas que a música usada de a condição de criar um Break-Beat. O estilo mais usado para se criar os Break-Beats seriam os Funky´s e a Black Music em geral da década de 70, eu particularmente amo os rare-grooves, funky, soul e alguns estilos de fusion.